No mês de maio comemoramos o Dia das Mães, uma data alusiva a uma figura de extrema importância na sociedade. Ao se pensar na maternidade, geralmente, se tem uma visão positiva e uma associação a um momento mágico e feliz da vida da mulher. No entanto, em algumas situações surgem vivências inesperadas, tais como a melancolia da maternidade ou baby blues, psicose puerperal e também a depressão pós-parto, sendo essa última a mais conhecida.
Mas o que é depressão pós-parto?
Como surge ou quais fatores associados ao seu desencadeamento?
Quais as consequências e tratamento?
A depressão pós-parto refere-se a um conjunto de manifestações relacionadas a um quadro de profunda tristeza e desesperança que acomete em torno de 25% das puérpera após o parto, de acordo com o Ministério da Saúde. Trata-se de um transtorno de humor que compreende alterações biopsicossociais que apresenta gravidade e durações variáveis, acompanhada de um conjunto de sintomas físicos e mentais que afetam de modo significativo a vida da mulher.
Os principais sintomas são:
- Perda de interesse ou prazer em atividades diárias ou de coisas que antes gostava
- Pensamento na morte ou suicídio
- Vontade súbita de prejudicar ou fazer mal ao bebê
- Perda ou ganha de peso excessivo
- Falta de apetite ou exagerado
- Insônia ou dificuldades para acordar
- Fadiga
- Dificuldade de concentração e para tomar decisões
- Excesso de preocupação
Com o nascimento da criança é muito comum um desequilíbrio hormonal que pode estar na origem desta manifestação, mas outros fatores como qualidade e estilo de vida, dificuldades emocionais e físicas podem trazer como consequência um quadro como este.
Outros aspectos também podem influenciar no desencadeamento da depressão pós-parto como:
- Falta de rede e apoio social e familiar
- Privação de sono
- Dificuldades e conflitos familiares, especialmente com o companheiro
- Histórico de dificuldades emocionais e quadro prévio de depressão
- Alimentação inadequada
Tanto a mãe quanto o bebê são profundamente afetados por um quadro como este. Entre as principais consequências estão: dificuldades para amamentar o bebê dificuldade para suprir as necessidades básicas da criança, como ida às consultas com o pediatra e acompanhar o calendário de vacinação, e muitas vezes até mesmo quanto à alimentação e higiene da criança. Assim, a criança pode apresentar baixo peso, dificuldades psicomotores e afetivas, por exemplo.
A depressão pós-parto tem tratamento, mas mesmo quando tratada pode elevar o risco de futuros episódios, o que demanda um acompanhamento periódico de saúde mental da pessoa. No entanto, se não for tratada pode prolongar-se e até mesmo tornar-se um transtorno crônico e levar ao agravamento deste quadro. O tratamento o uso de antidepressivos e psicoterapia, com acompanhamento de psiquiatras e psicólogos. Associado a isto outros recursos podem ser buscados como o suporte e da família, parceiro e amigos, avaliando-se caso a caso. Assim, é primordial que se tenha um olhar atento e cuidadoso em relação ao bebê e sua mãe após o nascimento.